segunda-feira, 24 de maio de 2010

O Massacre de Ganímedes - Fase 2

Olá a todos meus cordeirinhos brancos e reluzentes, enceto esta segunda fase respondendo ao pedido do Boyzito para inserir mais dados relativamente às idades dos intervenientes e aos anos de serviço dos empregados:

Afonso Ganímedes – 74 anos.
Frederico Ganímedes – 48.
Inês Montgomery Ganímedes – 39.
Julieta Montgomery Ganímedes – 20.
Helena Ganímedes – 46.
Óscar Kolorzel – 53.
Clóvis Ganímedes Kolorzel – 20.
Godofredo Ganímedes – 45.
Branca Ganímedes – 31.
Leonor Ganímedes – 9.
Elias – 66.
Mafalda – 68.
David - 26.
Nuno – 25.

Quanto aos serviçais.
Elias e Mafalda servem os Ganímedes desde a época do pai de Afonso.
David e Nuno, ambos órfãos, foram acolhidos desde pequenos e inseridos na lida doméstica. Denominam-se a si mesmos de mobília alegando muitas vezes que são propriedade de Afonso, sobretudo Nuno.
1ª Nota – Não o fazem sem algum tom cáustico.
2ª Nota – Ao longo do tempo esta mansão assistiu a muitos mais empregados e nunca o número dos mesmos foi tão diminuto como o actual.

Considero-me ao vosso inteiro dispor para melhor esclarecimento neste tipo de pormenores. Notem que os mesmos podem enriquecer o vosso raciocínio e é pena o Boyzito ter sido o único a debater-se nesse aspecto, por mais informação periférica.

Colocado este ponto na base do esclarecimento e dada a inexistência de conjecturas que me levem a um ponto de rebate com algum relevo, farei apenas dois apontamentos, nomeadamente em resposta ao Paulo e à Carla Carrinho.
1º Apontamento – De facto, a Helena tem recaída sobre si, neste momento, alguma atenção por ser agora a herdeira dos Ganímedes.
Denote-se no entanto que a carta encontrada à mesa de jantar pode conter em si um risco de alteração da dinâmica sucessória vigente ou pelo menos revela interesse nessa perspectiva. A oportunidade do crime continua a ser comum a todos os demais no entanto.
2º Apontamento – O pressentimento de Godofredo, partilhado com a sobrinha é uma espada de dois gumes, pode de facto remeter para um álibi no contexto da intervenção da Carla… mas pode no entanto ter origem noutros fundamentos.
No entanto ressalve-se um importante aspecto, a Carla foi provavelmente a única a reparar que 5+4+3+3 são 15… e não 14. No entanto reitero, é um facto ABSOLUTO que apenas 14 almas caminham neste nosso jogo de xadrez.

Indagação – Perante 5 corpos, desfigurados... cuja morte é visivelmente aterradora… perante as mesmas roupas da noite anterior que previamente referi enquanto facto… num contexto de absoluto choque e medo, terão os mesmos corpos sido vistos minuciosamente ao ponto de se concluir que de facto, as 5 pessoas desaparecidas correspondem na totalidade aos 5 corpos encontrados?

Data: 21 de Dezembro de 1976.

Segunda Roleta:
Helena e Óscar são apanhados de surpresa pelo surgimento dos netos de Afonso. Tentam conter o seu avanço, sobretudo Julieta que fica descontrolada. A primeira neta de Afonso revela-se arrasada pela morte dos pais mas compromete-se a encontrar os responsáveis pelo bárbaro homicídio dos mesmos.
Atinge-se o acordo de manter o cenário intocável até à chegada da polícia.
No entanto, a comunicação com o exterior mantém-se indisponível.
No momento, é decidido o regresso incondicional de todos à mansão.
Helena assume a protecção dos sobrinhos e resolve que por agora será melhor que todos se mantenham por perto. É imediatamente aceite como assumpção geral que o (s) assassino (s) é um elemento exterior ao meio familiar.
O dia progride com o isolamento progressivo da mansão de todas as formas possíveis de forma a torná-la impermeável a uma penetração externa. Almoçam e consomem as refeições preparadas por Mafalda, dentro do ambiente disponível e sempre que possível. Os três netos tendem a ficar alheados sempre que Helena, o marido e os empregados se isolam conjecturando quanto às melhores vias e acções a tomar.
Todavia, eventos assinaláveis existem a demarcar:
1 – As cavalariças foram esvaziadas. Todos os cavalos de Afonso desapareceram.
2 – Julieta entra em confronto com Helena (adversária directa segundo o modelo sucessório vigente) e incita mesmo à possibilidade de a tia estar por detrás da morte dos pais.
3 – Mesmo perante as exigências compulsivas de Helena para com Elias, visando este obter a presença de Afonso, o mesmo retrocede sempre com a resposta negativa do patrão se recusar a estar com a família. A mesma não consegue lograr uma resposta do pai para lá do escritório.
4 – Ao jantar, uma nova carta é encontrada em cima da mesa, sem que alguém conseguisse interceptar o emissor da mesma perante uma forte contestação e consternação de Helena, que presume por momentos algum tipo de união entre os empregados.

Conteúdo:
Toda a minha riqueza encontra-se convertida em ouro e localizada no interior desta casa. Só o mais digno herdará a fortuna que desenvolvi e fomentei ao longo da vida.
O meu império pertencerá ao mais capaz.
A todos tentei incutir valor e capacidade para atingir o fim desejado.
O meu sucessor terá a força de um Ganímedes!
Caso contrário, na madrugada de dia 24, quando a última cabeça rolar… comprovar-se-á que os meus descendentes não passam de uns infelizes e fracos degenerados, como infelizmente prevejo.
Nota: Até a mobília se encontra em jogo, assim como qualquer outra pessoa que encontre a minha riqueza em primeiro lugar
.”

A carta provocou uma extrema comoção e mesmo desorientação geral, incluindo uma indignação acérrima de Helena pela possibilidade dos serviçais puderem acalentar atingir a herança que lhe está reservada. “Uma brincadeira” como assim denominou.
A sua pressão junto do escritório de Afonso redobrou, embora sempre malograda.
A possibilidade do próprio pai estar envolvido assim como a actuação menos fidedigna de um empregado transformou-se numa hipótese real aos olhos de Helena e de Óscar que, apesar de tudo, continuaram a trocar entre si votos manifestos de carinho e de companheirismo, tão próprios de dois seres unidos e inseridos no seio de uma relação saudável.

Ao avançar da noite, Óscar, Nuno e Elias certificam-se de que a mansão está segura.
Julieta decide dormir com Leonor, sua prima, agora que Branca não se encontra para a proteger. É acordado entre todos que ninguém abriria os quartos sem a devida precaução e que ao mínimo sinal de perigo vindo do exterior, que todos se reunissem imediatamente.
A noite encerra com Julieta a olhar para um grande quadro na sala, com o retrato de Clotilde, uma jovem bruxa que dotara Afonso de uma fortuna em multiplicando, algo que o fizera devoto incondicional. Desde que nascera que conhecera esta história.
Helena e Óscar por seu turno, angariam algum pequeno arsenal da cozinha, nomeadamente algumas facas, prezando pela sua defesa. Também uma terá sido impingida a Clóvis.

Na manhã seguinte Julieta despertou, ainda Leonor dormia profundamente.
Acordou-a ternamente e conduziu-a ainda ensonada ao salão principal, onde não muito depois surgiriam Mafalda e Nuno, sobressaltados pelo desaparecimento de Elias.
Este preciso facto seria imediatamente reportado a Helena pelos quatro madrugadores. Todavia, a não resposta dos aposentos de Helena e de Óscar assim como de Clóvis, agravaram a tensão.
Os dois quartos encontravam-se trancados.
Nuno fez-se valer da sua chave-mestra e abriu primeiramente o quarto de Helena, com a autorização de Julieta.

Helena encontrava-se deitada na cama, vestida, a descoberto.
Os olhos estavam esbugalhados e vermelhos e as marcas em torno do seu pescoço roxo eram assaz visíveis. O horror de todos intensificou-se quando encontraram Óscar na banheira, despido, com uma das facas recolhidas na noite anterior para sua própria defesa, enterrada no crânio, perfurando desde o centro da sua testa.
Ao lado da mesa-de-cabeceira estava a chave do quarto.
Julieta correu para o quarto de Clóvis, obrigou Nuno a fazer valer-se da sua chave uma vez mais e o cenário voltou a ser desconcertante… Clóvis estava deitado na sua cama, degolado e com uma faca enterrada no peito. Também ele estava vestido, a descoberto e com a chave do quarto colocada em cima da mesa-de-cabeceira.
Leonor mantinha-se estranhamente calma. Mafalda e Julieta ambas horrorizadas num misto de incredibilidade e Nuno emerso num sinistro halo de espanto.
Elias era agora encarado por Julieta como nome primordial a encontrar e o seu desaparecimento remetia-o numa situação de culpa potencial.
Iniciou-se uma busca pela casa que culminou no quarto de Godofredo.
Também ali se encontrava uma chave nas mesmas circunstâncias anteriores e também ali, se encontrava um corpo ao largo da cama.
Elias, de olhos revirados, olhava rígido para o tecto, enquanto uma faca se instalara até aos confins do seu cérebro.
Julieta pegou em Leonor e afastou-se de Nuno e de Mafalda. Ordenando-lhes ameaçadoramente que se afastassem.

Facto 1 – Todos os quatro corpos se encontram num estado de perfeito reconhecimento;
Facto 2 – Os quartos estavam intactos. Janelas cerradas por dentro sem agressão externa e o mesmo a decorrer com as portas. Nada ali forçara a entrada ou saída dos respectivos quartos;
Facto 3 – Apenas uma chave existe para cada quarto. A mesma tendo sido encontrada dentro de qualquer um dos três espaços fechados;
Facto 4 – Além destas chaves próprias, só a chave-mestra pode abrir os quartos. Cada uma destas chaves, na posse de cada um dos serviçais, sendo que 4 é o seu número corrente. Em adição à chave pessoal, 5 são as chaves que conseguem abrir cada um dos respectivos quartos;
Facto 5 – O quarto e o escritório de Afonso são as únicas áreas da casa inatingíveis por estas chaves;
Facto 6 – Afonso, até à data e no actual decorrer do massacre, continua a não assistir aos pedidos de comparência dos familiares e nenhum dos presentes estabeleceu contacto com o mesmo;
Facto 7 – Corpo, não remete em absoluto para morto;
Facto 8 – Não existe uma 15ª pessoa no raio de 47kms, nem existirá no decorrer do massacre;
Facto 9 – “Decorrer”, no contexto enunciado é sinónimo de durante, não abrangente de um antes ou depois.
Facto 10 – Julieta e Leonor acabam de se isolar de Nuno e de Mafalda, sendo que três mortos se seguirão e sendo que três restantes pessoas, não serão necessariamente sobreviventes no final do massacre;
Facto 11 – A definição de pessoa nesta trama, só é aplicável ao ser que respira, caminha e comunica de acordo com as suas faculdades comuns e prévias ao existir que antecede o massacre.
Facto 12 – Corpo não é, para o efeito, sinónimo de pessoa.


Lançados estão os segundos dados, abrindo-se agora e exponencialmente todos os vectores presentes em rasteiras anteriores.
Questões primordiais:
1- Conseguiria uma só pessoa assassinar as 5 primeiras criaturas?

Lanço o desafio de conceberem mentalmente o processo que levou ao desaparecimento dos 5 primeiros sujeitos e o consequente surgimento dos 5 corpos.
Todos reunidos no mesmo espaço, com idênticos trajes ao que usaram de dia, pelo que é aceitável assumir que estes homicídios terão decorrido no anteceder do repouso.
Terão sido mortos no local ou em locais diferentes e os respectivos corpos transportados e reunidos?
Que forma primária de extermínio terá sido aplicada aos mesmos?

2- Consegues agora identificar o homicida ou os vários, caso acredites nessa possibilidade?
3- Poderão estar reunidas várias interligações como homicídio/suicídio/acidente nesta trama?
4- Quantas pessoas afinal sobrevivem? Quem? O lobo ou o cordeiro?
5- Estando de facto o ouro presente na mansão… até que ponto se envolve Afonso no decurso da redução letal dos seus descendentes?
6- Estamos de facto perante um jogo arquitectado?

Mais questões pertinentes poderiam aqui ser erguidas. Todavia, calculo que estas já acarretam um laboroso Q.B.
Deste modo, deixo-vos no meio desta segunda etapa do meu percurso homicida.
Com a promessa do lançamento para breve de 2 ou 3 mini-histórias inerentes a alguns dos personagens, como uma mais-valia no tracejar de alguns perfis.

11 comentários:

Pedro disse...

uma coisa acho que podemos afirmar, um dos corpos encontrados do grupo dos 5 e/ou dos 4 nao estava morto. pelas mortes descritas quase diria a Helena pois foi a unica que nao morreu com uma faca e os sinais de asfixia eram facilmt mascarados com maquilhagem... e a cena dos 2 trocarem carinhos... hum... aquilo nao devia andar bem, se nao isso nao era importante ser dito.

Paulo disse...

Tem que existir um elemento externo à família. Do grupo inicial de 5 corpos é possivel identificar uma pessoa de 74 anos? Uma vez que é uma diferença assinalável para os restantes. O facto de não poder chegar lá, não quer dizer que não existisse à priori. Será possivel atrair ao anexo da casa um grupo de pessoas, com o pretexto de os cavalos terem fugido/roubados?

Paulo disse...

A bruxa aínda tem existência? Física ou não.

Unknown disse...

Engraçado isto... deu uma reviravolta engraçada, mais engraçado é como QUEM escreve dá a volta a quêm lê... a bruxa veio mesmo a tempo de esconder o verdadeiro assassino. dos presentes, alguem gosta de cinema? BED TIME HISTORY? (axo q é este o titulo) onde os miudos, ao alterar a historia á maneira deles conseguem q isso se passe de verdade?! peço-te q nos tires mais uma duvida, na epoca, em que se passa a historia, o/os homicida(s) já era/eram nascidos? MUAHAHAHAAHAHAH!

Jo Iúri disse...

Lol se estiveres atento aos factos percebes um pouco as coisas. Nada é colocado ao acaso. E a história está toda ela já bem delineada.
Se há intencionalidade de trocar-vos as voltas e atirar com novas cartadas?
Claro, de outro modo nem teria piada.
E para que conste, já uma pessoa acertou no (num) do (dos) homicidas... só é pena não o ter feito aqui... para minha sorte lolol ^^

Unknown disse...

nada na historia é colocado ao acaso, diz-me entao pk raiu foste encontrar uma bruxa... loool de uma cena tao simples complicas tanto. a bruxa é apenas para te encobrir. ASSASSINO! sim, o assassino na altura da historia não era vivo: "Deste modo, deixo-vos no meio desta segunda etapa do meu percurso homicida." pode até existir uma bruxa ou irmaos venenosos ou até filhos a procura de vingança mas a 15ª pessoa existe, fora da historia, nao participa nela activamente mas é quem dita o que acontece. daí, haver uma 15ª pessoa, que nao está presente durante o massacre nem depois deste. nao é necessariamente sobrevivente, porque é o narrador. neste caso o nosso menino, joao iuri (aka judeu) lol para um narrador homnipresente basta dizer k "morreu" e a personagem morreu eheheheh cromo...!

Jo Iúri disse...

Lol bem, é uma teoria tão válida como qualquer outra xD

Unknown disse...

vá... ja tens aí a resposta, como tu disseste "alguem desvendou o misterio, pena nao o ter feito aqui" aqui tou eu a reclamar o meu premio!!!!

Jo Iúri disse...

lol eu disse que uma pessoa, tinha acertado num dos vectores em causa... ou seja, um dos personagens mais directamente ligados à origem do massacre.
Não desvendou o mistério em si, e não Luis, não me referia a ti.
Se acertaste em alguma coisa entretanto... bem, terás de esperar pelo término desta segunda fase para saber xD

Unknown disse...

Meu lado assassino não foi aflorado!!! Não consigo pensar como um (ou 2) serial killer.. rsrsrs

Concordo com a possibilidade de que Helena ainda vive, não gosto de bruxas, mas vou na opnião de que Julieta tem sido possuida pela tal bruxa e Leonor tem acompanhado a tudo, mas confia na prima por isso não fica nervosa com os fatos!!! É possível também que o "corpo" considerado sendo de Clóvis, seja na verdade de Afonso, e todos e com isso os netos vão custir a herança do velho em Las Vegas!!!

Tah, a parte de Las Vegas não é séria, mas da união dos netos pra ficar com a herança sim!!!

Isso já está tão confuso, acho que perdi toda a linha de raciocínio...

Carla Carrinho disse...

nem o sherlock holmes chega lá, mas algumas pistas chamaram a minha atenção:

- Impossibilidade de ser apenas um assassino. Uma pessoa apenas não conseguiria cometer o crime.
- A questão das refeições serem preparadas pela criada Mafalda: algo me diz que as mesmas poderiam estar "artilhadas" levando a que os agora mortos foram drogados pela comida o que teria facilitado a entrada nos quartos
- A questão das cavalariças. Um dos sobreviventes do primeiro massacre - e aposto no Godofredo usou os cavalos para se enconder
- Quanto ao corte das comunicações este é obviamente propositado, evitando deste modo a comunicação com a polícia
- Porque algo me diz que o Afonso já está morto? O(s) criminoso (s) já sabem e por isso criaram este jogo
- Curioso neste modo só sobram 2 herdeiras directas...

Aguardo novas pistas.